MENINO GRANDE
Primitivo Paes
Primitivo Paes
Papai Noel, bom velhinho,
Vamos brincar de mentiras?!
Brincas tu de faz-de-conta
Que eu ainda sou criança,
Eu apenas só cresci.
Eu fiquei grandão assim
Mas eu ainda sou criança.
É que a verdadeira infância
Se encontra dentro de mim!
Tu não sobes mais o morro,
Não carregas mais sacola,
Já não te vejo passando
Lá na porta da minha escola.
Lá, é cheio de crianças:
Branco,
Amarelo,
Pretinho
Numa tremenda algazarra,
Esperando por você,
Pra ganhar um presentinho.
Papai Noel, por favor,
Traga um presente pra mim!
O Natal já tá chegando,
Todo ano é sempre assim...
Minha mãe, tão carinhosa,
Chega falando pra mim:
"Pega o teu sapato velho,
Retira toda a sujeira,
E coloca, bem direitinho,
Lá na pedra da soleira."
Botei meu sapato velho
Na soleira da janela.
Dormir, quase não consigo,
Era só pensando nela
Eu queria de presente
Um patinete amarelo.
Sem querer, peguei no sono...
Sonhei com minha janela!
E acordei, chorando,
Aos gritos!
Todo mundo estremeceu.
Meu pai chegou de repente:
"O que foi que aconteceu?"
"Foram os meninos da favela,
Roubaram o sapato meu!
Agora fiquei descalço,
Vou pisar na terra quente.
Nem que seja um 'Havaianas',
Compre um chinelo decente,
Papai Noel mentiroso!
Só sabe enganar a gente!..."
Prezado poeta,
ResponderExcluirSou amigo do Erivelto. Você não vai lembrar, mas nos conhecemos na UFRJ. O Erivelto leu este poema lá na faculdade e todos gostaram. Passei aqui para lê-lo e conhecer outros. Um grande abraço.
Nilvio Pinheiro
SENHOR PRIMITIVO, UM BOM DIA. SOU AMIGO DO ERIVELTO E TIVE A HONRA DE ESTUDAR COM ELE.CONHECI O SENHOR POR INTERMÉDIO DO "GUERREIRO" RSRSRS... ERA ASSIM QUE ELE ME CHAMAVA.CONFESSO QUE QUANDO VI O ERIVELTO LER ESTE POEMA PELA PRIMEIRA VEZ, REPORTEI-ME A MINHA INFÂNCIA E NÃO CONTIVE AS LÁGRIMAS.
ResponderExcluirMUITO LINDO.
UM GRANDE ABRAÇO PARA O SENHOR E UM FELIZ NATAL.