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Primitivo Paes nasceu em Pernambuco. Viveu em São Paulo e mudou-se para o Rio de Janeiro. Pai de duas filhas e avô de três netos. É poeta, declamador. Formado como ator. Premiado e homenageado inúmeras vezes por diversas instituições. Prêmio Expressão Cultural 2006 da Coordenadoria Regional de Cultura da Prefeitura do Rio de Janeiro como melhor Declamador. Tem seus poemas publicados em inúmeras antologias em todo o Estado. Participação nas três últimas feiras da Bienal do Livro no Rio de Janeiro. Lançou em 2004 o livro “Livro de Poemas”. Já soma mais de 1000 apresentações em escolas, praças públicas e teatros em todo o Estado do Rio de Janeiro. Em 2007 apresentou-se ao lado de Poetas oriundos da Guiné-Bissau durante o X Fórum de Responsabilidade Social na FEUC, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Participou das XVI, XVII, XVIII e XIX edições da Semana de Letras da FEUC. Em 2009, participou da I Mostra de Poesia Brasileira de Maricá. Em 2008, participou de uma Exposição de Artes Plásticas e Poesias no Centro Cultural Ariano Suassuna, na Barra da Tijuca.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Momentos - Novas Fotos de Primitivo

No dia das artes no Ateliart
Diego, Neto do meio de Primitivo




Primitivo e as professoras de uma escola em Santa Cruz



Primitivo e os seus netos - me empresta um par de meias?




sábado, 20 de novembro de 2010

Primitivo e seus familiares

"Sentado à beira do caminho..."
Derick, neto caçula de Primitivo.

Primitivo e Derick


Primitivo e seu neto mais velho, Tiago.



Regina e Primitivo - Novembro de 2010


POEMA: MENINO GRANDE - Primitivo Paes


MENINO GRANDE
Primitivo Paes


Papai Noel, bom velhinho,

Vamos brincar de mentiras?!

Brincas tu de faz-de-conta

Que eu ainda sou criança,

Eu apenas só cresci.


Eu fiquei grandão assim

Mas eu ainda sou criança.

É que a verdadeira infância

Se encontra dentro de mim!


Tu não sobes mais o morro,

Não carregas mais sacola,

Já não te vejo passando

Lá na porta da minha escola.


Lá, é cheio de crianças:

Branco,

Amarelo,

Pretinho

Numa tremenda algazarra,

Esperando por você,

Pra ganhar um presentinho.


Papai Noel, por favor,

Traga um presente pra mim!

O Natal já tá chegando,

Todo ano é sempre assim...

Minha mãe, tão carinhosa,

Chega falando pra mim:


"Pega o teu sapato velho,

Retira toda a sujeira,

E coloca, bem direitinho,

Lá na pedra da soleira."


Botei meu sapato velho

Na soleira da janela.

Dormir, quase não consigo,

Era só pensando nela

Eu queria de presente

Um patinete amarelo.

Sem querer, peguei no sono...

Sonhei com minha janela!


E acordei, chorando,

Aos gritos!

Todo mundo estremeceu.

Meu pai chegou de repente:

"O que foi que aconteceu?"


"Foram os meninos da favela,

Roubaram o sapato meu!

Agora fiquei descalço,

Vou pisar na terra quente.


Nem que seja um 'Havaianas',

Compre um chinelo decente,

Papai Noel mentiroso!

Só sabe enganar a gente!..."

O NATAL - Primitivo Paes


O NATAL

Primitivo Paes


Eu quero um Natal bonito,

Com festa, muita alegria,

Com bolo, nozes, castanha,

Natal sem hipocrisia,

Sem fome, sem desemprego,

Sem crianças marginais,

Família com mesa farta,

Filhos em torno dos pais.


Quero ver o Betinho

Dando comida para o povo,

Eu sei que ele foi embora...

Quero que volte de novo!


Quero ver os três reis magos,

Na nova festa dos reis,

Distribuindo presentes

Dos quais eu jamais ganhei...

Porque fui menino pobre

Flagelado, tão carente.

Tomara que surja no céu

Nova Estrela do Oriente!


Quero ver a humanidade

Alegre, se dando as mãos,

Formando uma ciranda

Em torno do mundo inteiro

Contra a guerra, pela paz,

Dizendo: "Feliz Natal!"


Nessa grande emoção,

É esse o Natal que eu quero

Dentro do meu coração.


Feliz Natal!

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Fotomontagens do Poeta Primitivo Paes







Poema: O Menino e a Pipa - Primitivo Paes




O MENINO E A PIPA
Primitivo Paes

Aquilo que era tão pouco
Uma folha de papel,
Que a gente chama de pipa
Não é pipa nem tonel.

É um sonho tão real
Do menino encantado...
Só com um fio de linha
Ele manda para o céu.

Eu queria ser você
Sua vida, seu encanto
Mas só me resta pouco tempo
E um pouquinho de esperança,
Para ver você brincar
Nessa ilusão criança.

A pipa saiu voada
Lá no céu fez uma dança,
Aqui só ficou o sonho
A riqueza, minha herança
Só ficou a rabiola
Eu guardei como lembrança!!!

Poema inédito de Primitivo: Eles


ELES
Primitivo Paes

Era um homem e um cachorro
Levavam vida de cão,
Em plena noite de inverno
Deitados no calçadão.

Ele era um mendigo
Desses que vivem sem sorte
E o cachorro, vira-lata
Os dois esperando a morte.

Poema: As Cartas de Primitivo Paes


AS CARTAS
PRIMITIVO PAES
Quero ver a nossa gente
fazer a nação crescer
os lavradores plantando
para a família colher
ter casa para morar
escola para aprender
para quando for adulto
não ser humilhado assim
cabisbaixo, timorato,
vai à casa do vizinho
tremendo, olhando pro chão
chega falando baixinho
coração acelerado
vai logo dizendo assim
com uma carta na mão
"Leia essa carta pra mim"
Chegou carta dos parentes
não sabemos o que fazer
nem meu pai, nem minha mãe, nem eu
não sabemos ler.
Desculpe tomar seu tempo
e vir pedir pra você ler.
As coisas vão melhorar
eu ainda quero ver
um dia vou pra escola
eu vou aprender a ler
a somar, diminuir, dividir, multiplicar
pra quando for pra usina
cortar cana pra moer
saber quanto vou ganhar
e o tanto que vou perder
mas quando as cartas chegarem
eu mesmo saberei ler.


Segredos de meus parentes
vizinho nenhum vai saber
daí ninguém me segura, Brasil,
estou com você.

Coisa de Poeta - Poema de Primitivo Paes

COISA DE POETA
Primitivo Paes
Eu quero ser o poeta do amor
Já sou poeta anônimo é verdade
Só por isso levarei a vida inteira
Trabalhando para o bem da humanidade.

Quando o tempo sussurrar aos meus ouvidos
Sua hora chegou, está marcada,
Vou olhar para trás e dizer assim:
Fui amigo, amante, serei amado.
Vejo o amor transferido para todos
Nessa grande avalanche eu não vou só
Se terminei a missão material
Logicamente meu corpo virou pó.

E quando alguém pisar em meu caminho
Quero que o vento sopre de mansinho,
A tardezinha colorindo ao pôr-do-sol.
Eu sou a nuvem, sou o vento, sou o tempo
Sou a montanha, sou a terra
Eu sou o pó.

Olhe a árvore ladeando aquele muro
Com seus galhos, suas folhas verdejantes
Se ouvir um barulhinho, não se assuste
É meu suspiro através do som dos ventos
Mas, se sentir um arrepio, uma saudade,
Estamos juntos em forma de pensamentos.